Que situação triste presenciamos aqui neste texto da Palavra de Deus. Um Senhor que sempre esteve próximo aos seus discípulos, que em meio ao pavor de uma tempestade a ponto de sucumbiu com todos à bordo, acalmou tal tormenta unicamente pela Sua ordem e trouxe paz a todos. Em meio a fome da multidão, proveu de apenas cinco pães e dois peixes o milagre da multiplicação que alimentou todas aquelas pessoas. Jesus jamais abandonou seus discípulos, porém vemos um grande inimigo da humanidade, a covardia que apossou deles, quando tiveram a sensação de derrota de seu mestre, vendo-o ser preso. Acaso este Jesus que tinha autoridade sobre a natureza, não poderia naquele momento ter uma legião de anjos para livrá-lo daquele exército? Será que naquele momento se assim fosse a vontade de Deus, ele não poderia ter sido liberto? Mas aprouve a Deus cumprir as profecias, sobre sua morte e ressurreição.
Pouco antes deste evento, vemos Pedro de forma firme dizendo jamais abandonar ao Mestre, dizendo estar pronto para a morte ou prisão, caso viesse a ocorrer, como esta no livro de Mateus 22:33 e 34. Também vemos ai, Jesus, sendo Deus e sabedor do futuro, afirmando que Pedro o negaria três vezes. Infelizmente esta promessa de Pedro estava confiada em si mesmo e não em Deus. Na verdade o comportamento de Pedro revela claramente a fragilidade do ser humano, quando deixado sozinho, assim como um exército em meio a uma guerra, onde seu líder maior é morto ou preso, toda a guarnição sentirá o abalo e o pavor de estarem sem proteção levando na maioria das vezes a recuarem. É natural, que em momentos como esses, as pessoas fujam, para tentarem se guardar de um mal pior.
Talvez hoje pela manhã, tenhamos nos colocado a disposição para enfrentar possíveis provações e suportá-las por amor a Jesus. Um ato de fidelidade plena a Ele. Mas, devemos com certeza desconfiar de nosso próprio intelecto ou força, pois nosso coração enganoso poderá nos fazer ser como os apóstolos naquela circunstância.
Aqueles apóstolos, na verdade fugiram da verdadeira segurança que poderiam ter em Jesus. Mesmo que na ótica humana, seria loucura permanecer ali, mas aqueles homens seria honrados eternamente por estarem ao lado do mestre, no momento que Ele mais precisava, que era o início de seu sofrimento pela humanidade.
Certamente a Graça de Deus é capaz de converter o covarde em valente, assim esta mesma graça derramada pelo Espírito Santo fez com aqueles discípulos pouco tempo depois. Transformou aqueles homens amedrontados em pessoas cheias de intrepidez e coragem para testemunharem as verdades do Reino de Deus em meio a sociedade.
Que Deus nos livre de nos acovardarmos de testemunhar dEle, de testificarmos sermos cristão fiéis a Jesus e à sua Palavra, guardando e cumprindo os mandamentos com santidade, independente de qual seja a circunstância que sobrevenha sobre nós.
Talvez sejamos incapazes de entender tamanha angústia que Jesus teve naquele momento de abandono ao ver seus amigos tão infiéis. Que Deus nos livre de abandonarmos a este Jesus, pois tal ato seria crucificá-lo novamente e expô-lo a vergonha pública. Que possamos nos cobrir desta graça inundada pelo Espírito Santo para sermos testemunhas fiéis a este Deus todo poderoso.
“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 10:32,33)
Autor: Pedro Henrique T. Rêgo